O RANCHO
Hoje é sexta-feira. Vou deitar mais cedo e amanhã, antes da Missa, vou fazer uma relação das coisas mais importantes e que posso tentar passar para Fábio. Vou levar meu diário e alguns livros sobre os dogmas da Igreja e ver a reação dele.
Chegarm ao rancho antes do almoço, famintos pelos três quilômetros de caminhada, morro acima, até o rancho, que ficava no topo da chapada, ao lado de um riacho que formava uma bela queda a poucos metros da cabana. Prepararam um rápido almoço e Fábio convidou Messias para explorar e conhecer melhor a beleza daquele lugar. Pegaram duas varas de anzóis após retirarem da margem do riacho algumas minhocas para servirem de iscas e foram procurar um lugar onde tivesse um remanso e uma sombra. Assim fizeram e ficaram várias horas conversando sobre inúmeros assuntos entre eles, a vida e o comportamento dos colegas e o pensamento a respeito de cada colega e de cada Padre. Messias, na verdade, tentava conseguir mais informações de Fábio, o que muito pouco acrescentou.
Voltaram para casa já com o sol se pondo. Aproveitaram para limpar os poucos peixes que pescaram, mas o bastante para o jantar dos dois. Após o banho e o jantar, sentaram na varandinha da casa e ficaram apreciando a beleza do céu, repleto de estrelas com uma lua cheia, que iluminava toda a natureza, dando uma bela visão. Oportunidade que Messias esperava para começar um diálogo mais profundo com Fábio.
-Fábio, você sabe que desde que cheguei, você é a única pessoa em quem confio, o único amigo que conquistei e, portanto, gostaria de saber se não se sentiria constrangido ou ofendido de conversarmos um pouco sobre alguns assuntos de nossa vida e até mesmo de nossa intimidade.
Fábio ficou um pouco desconcertado com a conversa, mas concordou.
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